Storytelling,
a palavra-chave que surgiu no marketing

Storytelling o que é?

Somos seres pensantes! Desde sempre que o nosso cérebro procura a emoção de receber e interpretar histórias, por sua vez, contar uma história, é uma forma de nos relacionarmos, de proporcionar uma emoção, um sentimento e criar empatia.
Se é certo e provado esta necessidade humana entre pessoas, é também uma verdade que devemos sentir a marca como uma pessoa e fazê-la comportar como tal, as marcas precisam de se humanizar! Estas têm o poder de levantar questões, conversar, sensibilizar. São um agente de mudança! Essa comunicação é concebida por meio de uma narrativa, uma história que está em constante transformação, que se molda ao diagnóstico dos tempos, com um único e forte objetivo: a diferenciação!

Atualmente o chavão para a narrativa de grande parte das marcas é “sustentabilidade”, está presente em companhas políticas, na moda, nas telecomunicações, é a narrativa do momento, isto porque a crise ambiental trouxe um incómodo ao consumidor e tornou-se um objetivo reverter a situação, existindo um alerta nesse sentido. As marcas abraçaram este objetivo como seu, aplicando o termo na comunicação e produtos, aproximando-se e atraindo assim o consumidor.

Mas quais são os ingredientes certos para um bom storytelling?

Não existem! Todas as marcas têm a sua história, precisam é de a saber contar. Posto isto é importante haver coerência. Tendo como exemplo, é pouco consistente se pensarmos numa marca de fast fashion, como a Zara, que faz t-shirts de empoderamento feminino e comunica nesse sentido, mas que no entanto, as suas produções são em países subdesenvolvidos, em condições análogas à escravidão, onde as mulheres têm pouco ou nenhum direito de escolha e liberdade. Assim como, comunicar sustentabilidade com a coleção “Join Life” e por outro lado vender peças feitas de mão de obra barata, e utilização e recursos tóxicos. Nos dias de hoje, a emergência das redes sociais fez com que as marcas tentassem criar uma ligação imediata, mas facilmente o “like se torna hate”, em consequência da forte exposição da era digital. O feedback é imediato, instantâneo, e facilmente pode arruinar essa narrativa aparentemente bem contada se não existir fluidez. É fundamental que essa narrativa transmita o compromisso da marca, os valores, os princípios, e que quem use sinta que está a vestir as mesmas causas. Quem compra, compra lifestyle, então, as marcas têm de vender lifestyle!

Os skaters são um exemplo já bastante presente antes da era digital da importância dessa narrativa. “Os skaters não saem de casa sem se olharem ao espelho” no sentido de confirmarem que parecem skaters. São as marcas que vestem que contam exatamente aquilo que eles são, skaters. São as marcas que lhes conferem essa personalidade. E este fenómeno acontece de forma bastante orgânica.

Quando falamos de marcas, falamos de influencers e, para contar uma história verdadeira é importante encontrar pessoas verdadeiras, que credibilize essa história, por isso é que quando uma marca procura uma influencer, procura uma pessoa que tenha a sua própria verdade e que essa verdade se identifique com a verdade da marca.

A importância que o storytelling tem na “vida” de uma marca, surgiu com o aparecimento das redes sociais. Com este surgimento, as marcas sentiram a necessidade de sublinhar a própria narrativa, consequência do contacto permanente com o consumidor. Um bom exemplo de adaptabilidade à era digital é a Gucci, que com a entrada de Alexandro Michele em 2015, criou uma nova coleção genderless, propondo uma rutura de estereótipos e barreiras entre o que seria uma coleção feminina e masculina, seguindo também uma lógica de tornar a moda mais jovem, romântica e andrógena, explorando a energia do futuro e as urgências do presente, sem deixar de lado a longa tradição da Gucci. A Gucci mudou radicalmente a narrativa, em torno da moda vintage com um olhar contemporâneo, à luz dos tempos modernos.

Explora a história da tua marca, aprofunda! As histórias que ficam são aquelas que têm uma narrativa mais básica. Partilha emoções com o teu consumidor, tens uma curta oportunidade de chegar às pessoas e fazê-las abraçar as tuas causas! Uma história bem contada cabe numa viagem de elevador do rés-do-chão ao quinto andar.

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Mariana Gama

branding specialist

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